Projeto Praia para Todos e o conceito de Acessibilidade Social

 Eu amo praia... sentir a sensação de um mergulho é renovadora, além de todo ambiente de tranquilidade e confraternização. Para mim, o lazer mais democrático e inspirador que temos. Esse projeto Praia para Todos é a materialização de um sonho. Pela minha deficiência e a relação que tenho com a minha condição de mobilidade, me permite que eu entre e saia em mares pequenos, com um pouco de dificuldade, mas com a ajuda de parceiros, sempre foi possível. A acessibilidade arquitetônica já chegou a diferentes praias do Rio de Janeiro e sei de algumas pelo Brasil. Mas quando falamos de praia para todos, requer ir além, para deixar claro que além de espaços, a sensibilidade para que os mesmos sejam usados de forma plena.

Uma ideia que une infraestrutura, parcerias e sensibilidade. A conversa entre pessoas que visava a autonomia, dignidade, inclusão com segurança da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. Um dia de praia... 

Foto tirada em um projeto similar, da Globo, Curta! Praia. Com diferentes atividades, acessibilidade e muita diversão! Finalizando com show e por do sol. 

Como li em um quiosque... o que acalma não é água com açúcar, é água com sal. E que tenha MAS.

Muita saúde a todos!!! 

Materializando o Movimento Acessibilidade Social (MAS)

Pensando além do que podemos... Acessibilidade Social inclui a visibilidade deste conceito para a comunidade de uma forma sinérgica. 

Pensei sobre isso, ao longo das minhas andanças, por aí... tive a oportunidade, nesses 20 anos, de ter por perto pessoas que sempre estiveram ao meu lado, me incentivando a redescobrir meus limites.

Na minha trajetória, tive poucos amigos deficientes a minha volta... poucas pessoas para trocar sobre coisas do nosso cotidiano, principalmente ambientes em que além da acessibilidade  arquitetônica, também estão sensíveis ao outro, ao mundo diverso, a união, a inclusão...

Como acontece em tudo na nossa vida, as experiências enriquecem nossas trajetórias... e por que não a de muitos outros?

Assim, surgem muitas ideias... de como fazer como que essas informações chegue ao maior número de pessoas... MAS.. como a palavra de ordem dessa proposta é sensibilidade, não vi caminho melhor para começar...

Esse blog foi crescendo bem tímido, mas nesse sentido. O que já passei na minha vida que posso dividir com alguém? Com minha humilde visão... 

Agregado, veio outras atitudes, buscar por mais vivências, registrar com cada vez mais detalhes para divulgar, pensar em ferramentas para isso, como um futuro APP... e um passo bem desafiador... aceitar o convite para colaboração em um portal da cidade que moro hoje. Nesse link, segue uma matéria sobre o direito ao cartão de estacionamento.

Direito à gratuidade ou ao cartão? Eis a questão 

Dentre outras coisas que podemos compartilhar, penso em outras ferramentas para que essa inclusão seja melhor praticada... disseminação do conceito em eventos, redes de colaborações, apps... o que podemos fazer para melhorar a acessibilidade? Vamos perguntar a quem a isso interessa como fazer cada vez melhor!

E é isso... buscando por MAS... sempre!!!!

Isenções para veículos zero: uma conversa sobre a minha experiência.

Vou começar com uma curiosidade que muitos já me perguntaram: os procedimentos para conseguir as isenções para a compra de um carro zero.

Vamos lá, vou contar minha experiência e dar algumas orientações para quem não se enquadra neste perfil.

Como sou deficiente física (amputação perna direita) e a condutora do veículo, passei pelo processo de habilitação já nesta condição. Assim, fiz uma avaliação no centro de perícia médica do Detran-RJ, o qual sinalizou as necessidades adaptativas para o carro que iria dirigir.

No meu caso, uma adaptação mecânica, acelerador e freio manuais, uma extensão dos pedais para as mãos. Mas na auto escola que frequentei (tem tempo, nem sei se trabalham mais com esse segmento, nas fui muito bem atendida na Auto Escola Itaipu - próximo ao Shopping Itaipu Multicenter, em Niterói), tive a opção de treinar em um carro que tinha uma embreagem automatizada, sistema interessante que aciona a embreagem por um sensor. Hoje, dirijo um carro automático com acelerador e freio manuais.

Mas vamos ao processo em si: tramite normal para a habilitação: pagamento de DUDA, clínica (que vai te encaminhar para a perícia médica, órgão responsável que emitirá um laudo médico, indicando suas limitações. Para deficiente físico condutor, esse documento é fundamental para a isenção dos impostos. Os demais, esse laudo médico deve conter o CID e descrição da enfermidade (modelo disponível no site da Receita Federal ).

Depois disso, curso na auto escola (alguns Detrans oferecem esse procedimentos para deficientes), prova escrita, treinos e prova prática.

Já para a compra do carro, temos a possibilidade de conseguir isenção de IPI, ICMS e IOF (que nunca pedi, mas vale para as compras parceladas).

IPI: imposto juto a Receita Federal. Abertura de processo com os seguintes documentos: ID, CPF, comprovante de residência, ultimo recibo da declaração de IPRF, laudo médico e formulários disponíveis no site preenchidos. Toda a documentação é escaneada. Não costuma a demorar esse procedimento não de 15 dias a 1 mês (aqui no RJ). Neste, não há limitação para o valor do carro a ser comprado e pode chegar até 15% a isenção.

Com esse documento pronto, você vai até a concessionária escolhida. Procure o setor de vendas diretas (que nosso caso é esse). Geralmente as pessoas que trabalham nesse setor podem te dar toda a orientação dos passos seguintes também. Com o carro escolhido, o vendedor vai te dar uma carta de intenção de compra do veículo, com esta pronta, segue para a isenção do segundo imposto.

ICMS: imposto junto a Receita Estadual - SEFAZ. Abertura de processo com os seguintes documentos: ID, CPF, comprovante de residência, laudo médico, carta emitida pela concessionária responsável pela venda direta, indicando os dados do veículo escolhido e formulários disponíveis no site preenchidos. Algumas vezes pode ser solicitado um comprovante da disponibilidade financeira para a obtenção do veículo.

Com esse documento pronto, inicia-se o processo de compra, com a entrega dos documentos na concessionária e pagamento do valor assim que emitida a nota fiscal, que já virá sem os impostos relacionados acima, podendo chegar até 25% do valor do carro.

Bom, é isso, qualquer dúvida é só perguntar!!!!!!

Acessibilidade em tempos de pandemia - Portal da Cidade de Maricá

Venho divulgar um artigo que escrevi à convite do Portal da Cidade Maricá!
Fico muito feliz com essa oportunidade, um espaço para dividir opinião e refletir como enfrentaremos esse novo mundo!

"Mas de que novo "normal" estamos falando?

Desse que invisibiliza as diferenças de acesso a saúde e educação nesse momento, com práticas que não levam em consideração muitas realidades."


https://marica.portaldacidade.com/m/noticias/educacao/acessibilidade-em-tempos-de-pandemia-1149

Viagens, acessibilidade e FREMEC

Já fiz algumas viagens de avião, tanto acompanhada como sozinha, vai depender muito do seu nível de independência, mas para muitos dos obstáculos tem apoios oficiais destinados.

Eu chamo isso de acessibilidade social, poque um deficiente pode fazer muitas coisas dependendo do grau de apoio ofertado, garantido por lei, a acessibilidade, mas falo de uma que supera essas arquitetônicas, falo da sensibilidade que envolve esse conceito para que tais instalações e equipamentos sejam realmente utilizados, pois não adianta ter se não estiver bem divulgado e com pessoas atentas para disponibilizá-lo sem parecer que tá te dando uma "ajuda".

Não que não seja, mas eu encaro como apoio, pois isto deveria estar previsto na dinâmica do estabelecimento que se propõe oferecer estes itens.

Mas voltando as viagens aéreas, existe um documento que, além de cadastrar o passageiro PCD, com suas particularidades, também concede desconto para acompanhantes, em alguns casos.

Independente deste documento, o passageiro tem a sua disposição, um acompanhante com cadeira de rodas para auxiliar no trajeto para embarque e desembarque, assim como, acomodações mais favoráveis ao deslocamento.

No ano passado, fui a Aracajú, Uruguai (ambas sozinha) e Recife (com família e amigos).

Foram experiências incríveis... vou dividindo com vocês aos poucos...

Segue o link para o fremec e instruções sobre o apoio para embarque e desembarque:

https://www.voegol.com.br/pt/informacoes/assistencia-especial/fremec

https://www.voegol.com.br/pt/informacoes/assistencia-especial/pessoa-com-deficiencia-fisica

Abraços e em breve a gente se encontra por aí!

Quem está de muletas rosa por ai?

A ideia surge quando você vivencia um a situação e pensa em maneiras possíveis de agregar novas práticas a ela. A hastag #demuletasrosaporai surgiu de minhas caminhadas. Uma expressão de minhas vontades, superações e materialização de minhas experiências. Uma história de luta, resistência e cheia de amor.

Essa história começa em São Gonçalo, com uma menina negra cheia de sonhos. Estudiosa, militante, atleta, divertida e muito saideira, desde sempre. Quando tinha 21 anos, estava cursando Biologia, estagiando na FIOCRUZ, foi quando o acidente aconteceu. Fui atropelada na volta para casa. Foram 3 meses de hospital, muitas visitas calorosas, muitas dores e alguma esperança de reabilitação. Depois disso, 9 meses em casa, em busca de possíveis tratamentos que pudessem recuperar a perna muito atingida. Sem sucesso, a amputação foi o caminho mais dentro da realidade, para uma qualidade de vida, o que aconteceu em 2002, no INTO, no RJ.

Momento triste mas de um folego de esperança, a vida segue e continua bravamente. Fisioterapia, chegam as muletas, minhas fiéis parceiras. Volto para a faculdade, mas o estágio já não cabia mais; muita coisa muda em você e em como se relacionar com o espaço, e assim segui. Mais fisioterapia, a prótese, outra grande parceira. Termino a faculdade, agora sou professora de Biologia. Trabalhei na Prefeitura do Rio, no Estado e hoje, estou na Prefeitura de Niterói. Fiz especialização e mestrado em Educação, superando os obstáculos do caminho. Mas o tempo não passou tão fácil assim.

Alternando entre prótese e muletas foi essa trajetória. De prótese tudo fica bem mais fácil para as atividades cotidianas, mas nem sempre foi possível. Adaptação é um caminho difícil, que encaro até hoje, por questões diversas: modelo do encaixe, sobrepeso e o material utilizado. Mas assim segue, hoje me encontro na fase muletas.

Também nessa trajetória, passei por muitas questões em relação a acessibilidade como um todo, vivenciando espaços adaptados ou não, mas tentando superar quaisquer barreiras sempre. Atitude própria e cercada de pessoas que te passam confiança, podemos ir longe, bons parceiros para a vida. Já fiz trilhas e várias viagens, curtir passeios de barco, pulei de parapente, desci de tirolesa, adoro praia e o mar, enfim, atividades que me permitem viver, experimentar mais além.

Minha habilitação foi requerida após o acidente, fiz todo o procedimento em carro adaptado, obtive o laudo para a compra do carro, fui habilitada e logo em seguida, o meu outro grande parceiro nessa jornada veio. Ter um carro adaptado ampliou minhas possibilidades, inclusive me despertou para essa proposta.

#demuletasrosaporai surge com esse novo olhar para a vida cotidiana, o quanto a tecnologia permite que outros olhares sejam agregados a práticas antes nem tão importantes assim. Ao usar mais o instagram, utilizar as famosas hastags e a forma irreverente desse contexto, veio como uma forma de expressar essa minha experiência com a acessibilidade e minha visão sobre a minha deficiência. 

Humildemente, sigo firme, tentando sorrir até doer a barriga!!!
Saúde para todos nós!!!!

#demuletasrosaporai #distantesparaestarmosjuntos #saúdeparatodosnós

Daratilde

Iniciando radical: Parque da Cidade, dia de Sol e parapente

Acordei um dia com vontade de uma experiência única para o final de férias... com um dia bonito, fui a um dos lugares em que esse espetáculo pode ser contemplado em alto estilo!!!

Parque da Cidade, em Niterói, lugar onde tem rampas para vôo livre, área de lazer e um bistrô maravilhoso, o Parque Bistrô.

Passei o dia... tomei café, voei de parapente e almocei por lá!!! Dia incrível!!!

Acessibilidade: fui de carro ( adaptado), vagas para deficiente físico no local, recebi ajuda da equipe para o o vôo (sensibilidade para que tudo fosse possível ),  rampas e banheiro amplo.


Parque Bistrô

 

Resumo desse dia: Gratidão por mais essa!!!! 🙌🏿🙌🏿🙌🏿🙌🏿🙌🏿